É bem difícil reconhecer quem está dentro do minúsculo círculo da verdade. Mais difícil ainda se manter dentro dele, além do mais ser honesto custa caro, um preço alto que pessoas baratas não podem pagar. Eu vejo por aí os passos dessa marcha que de tão volumosa até abafa a boa e dança, e fico imaginando o que pode haver por baixo das camadas de maquiagem, dos relógios caros, óculos da moda, do luxo exuberante que até quem não pode pagar com facilidade se enforça pra exibir. Ostentação hoje é assunto popular e eu me pergunto se eles tem (mesmo que láaaaa no fundinho) outros valores além dos adereços, dos trejeitos ensaiados pra exibir já que de autenticidade fica explícito que são carentes. A pessoa que evitar gargalhar, dançar, ou dizer o que pensa para se encaixar no formato e aparentar perfeição e com isso atrair outras pessoas?!
Se a pessoa não age de acordo com o que sente ela simplesmente não é ela mesma, não se mostra, falsa, é gato por lebre a menos que a pessoa seja ninja o suficiente para sustentar essa farsa, a menos que seja alguém disposto a ser infeliz a troco de qualquer interesse.
Fundamental é gargalhar, dançar, dizer o que pensa, se emocionar, voltar pra casa descalço quando o pé estiver doendo ao invés de amargar num salto quinze italiano.
Pra que tantas alegorias e adereços se não tem nada mais lindo que ver um fim de tarde com céu rosa claro com um sol alaranjado se pondo ao lado de alguém que nos transparece originalidade?
Mas eu entendo que as coisas simples, consideradas pequenas, e boas atitudes cotidianas não são apreciadas por todos, gente superficial não tem fôlego pra mergulhar no profundo, e isso até acho bom por ajudar a peneirar os miúdos dos grandes.
"Boi preto conhece boi preto!", ainda bem que nós de verdade sabemos reconhecer uns aos outros mesmo que nem sempre de imediato, e não nos importamos por receber o título de "loucos" por estarmos à margem do que tentam empurrar como certo atualmente... é, ainda bem que não precisamos do carnaval para nos mascarar e nos juntar nessa euforia coletiva para, por um breve momento do ano sermos livres pois isso já somos durante o ano inteiro, loucos, palhaços, e sem precisar de fantasias.
