Um Pouco de Tudo...

17 setembro 2014

" Luz pra todo mundo, porque meu coração não tá nem aí pra má vontade dos outros, pra inveja, e pro cinismo. Meu coração tá em paz, e pra mim o que vale, é saber que tem gente boa, que tem gente que me abraça e sorri com os olhos. O restante deixo pra que o tempo leve, e que não chegue nem perto de mim...     

Sil Guidorizzi.

A VENDA NOS OLHOS


Uma adolescente e seu avô eram muito próximos. Eles sempre conversavam sobre todos os assuntos, e o diálogo era sempre muito aberto e sem restrições. Eram não apenas neta e avô, mas também bons amigos.

Certo dia, a adolescente veio contar ao avô sobre o término de seu primeiro namoro. Em prantos ela mal conseguia formular as frases, tentando explicar ao avô o motivo do seu namorado ter dito que não queria mais nada com ela, pois havia traído ela e ficado outra pessoa. A menina estava inconsolável. Já o avô, um homem equilibrado, fazia algumas ponderações importantes, dizendo:

- Minha querida, pense bem, ao menos vocês tiveram um namoro rápido, foram apenas 7 meses juntos. Já pensou se fossem anos e anos de relacionamentos que descambasse numa traição? É sempre melhor descobrir logo quem é o outro do que ficar se iludindo.

Mas a menina parecia não ouvir os apontamentos do avô e dizia que ela havia sido enganada por ele. Ela começou a relatar todas as promessas que o namorado havia feito, todas as palavras bonitas que ele proferia a ela, todos os afagos, todos os presentes, e outras coisas que indicavam que ele gostava dela.

- Ele me enganou vô! Dizia ela repetidamente ao avô.

O senhor continuava a consolando, mas depois de muito tempo, ele percebeu que a neta não estava nem ouvindo o que ele dizia, e ficava apenas repetindo que ele a havia enganado. O avô sentiu que deveria ser mais direto com a neta e disse:

- Pare um pouco de falar querida, e me responda uma coisa. Foi ele que te enganou, ou foi você que fechou os olhos para quem ele era?

A menina ficou muda, não sabia o que dizer. O avô prosseguiu:

- Querida, há um grande ensinamento na vida que vou te passar agora. Guarde isso com você, pois te protegerá de muitos infortúnios. Na maioria das vezes, ninguém nos engana num relacionamento, nós é que fechamos os olhos para quem a pessoa é de verdade. As pessoas gostam de cultivar ilusões, e por isso querem enxergar apenas as promessas de amor eterno, de estabilidade, de afeto, e de muitas outras coisas que o outro nos diz. Mas verdadeiramente somos nós que fechamos os olhos e optamos em não vislumbrar o outro dentro da realidade. Portanto, jamais vende seu olhar e, por mais doce que alguém pareça, não dê as costas para a realidade.

“Na maioria das vezes, ninguém nos engana em um relacionamento, nós é que fechamos nossos olhos.”

AS CINCO REGRAS DA RAIVA

Todos devem conhecer e meditar sobre essas regras da raiva. Elas podem nos ajudar a lidar melhor com esse sentimento.

A primeira regra é bem simples e ela diz o seguinte: “a raiva bloqueia teu raciocínio”. Isso significa que os momentos em que explodimos de raiva são os piores para se tomar decisões, posto que as fortes emoções restringem nossa razão e nosso pensamento. Sempre que você fica com raiva e explode em intenso fervor emocional, você pode fazer escolhas que depois farão você se arrepender, e que podem até te prejudicar. Muitas vezes, tomados que estamos pela fúria, escolhemos, dizemos ou fazemos coisas que depois, na tranquilidade, pensamos “se estivesse calmo, não faria aquilo”. A trajetória de uma vida inteira pode ser modificada e destruída em apenas alguns minutos de ira.

A segunda regra diz o seguinte: “Quem está nervoso muitas vezes deseja que outros fiquem como ele”, ou seja, todos aqueles que estão num estado de tensão, nervosismo e que vivem nas trevas da raiva e irritação compulsiva desejam que outras pessoas compartilhem do mesmo sentimento e descontrole. Quem está na escuridão quer que todos estejam na escuridão, pois assim eles sentem que há muitas pessoas como ele, e não se sente tão mal caso fossem os únicos. Apagar a luz dos outros é a melhor maneira de não enxergar sua própria escuridão. Em outras palavras, quem está na lama, quase sempre quer trazer os outros para a lama, pois assim eles têm “companhia”. O raivoso deseja ter alguém com quem compartilhar sua raiva, pois a raiva sozinha perde seu “combustível”, e muito frequentemente se transforma em depressão. Toda raiva não compartilha com outros acaba tornando o raivoso depressivo, com sentimentos de carência e vazio.

A terceira regra é a seguinte: “Não dê poder a quem não tem”. Quando você se deixa levar pelos berros e deixa a raiva te dominar, você está dando poder àquela pessoa e permitindo a ela te desestabilizar. Mas esse poder de desorganização emocional é a própria pessoa que confere ao outro. No momento em que você pára de dar poder a quem não tem poder, você não mais se envolve pelas ofensas e agressões alheias e passa a ser mais neutro e menos vulnerável.

A quarta regra diz algo muito importante: “A raiva prejudica a nós mesmos, e não ao outro”. Há uma máxima de sabedoria que diz o seguinte: “Ficar com raiva de outrem é o mesmo que tomar veneno e esperar que o outro morra”. O maior prejudicado com os acessos de raiva ou com a raiva prolongada somos nós mesmos. A ira pode gerar doenças emocionais e até físicas, em casos extremos, pode instalar quadros depressivos numa pessoa. A raiva contida é ainda mais prejudicial, pois vai aos poucos minando as nossas estruturas psicológicas. Portanto, tua raiva não prejudica o outro, ela afeta, em primeiro lugar, o próprio raivoso.

E por fim, a quinta regra também é simples, mas pode parecer difícil de ser aplicada para algumas pessoas: “Não responda a uma ofensa, apenas silencie”. Quando, por exemplo, algum parente está envolto pela ira e começa a agredir a todos, a melhor resposta é o silêncio. Por que o silêncio? Pois é apenas no silêncio que aquela pessoa conseguirá ouvir a si mesma. Ela passará a ouvir seus próprios gritos, suas ofensas, suas agressões e terá a chance de se perceber, se sentir e se tocar do mal que está emanando. A quinta regra diz: apenas silencie e deixe a pessoa ouvir a si mesma. No momento em que não correspondemos a raiva, a pessoa perde sua energia, fica sozinha e passa a perceber a si mesma, e assim, ela pode enxergar-se como é. Dessa forma, a chance dela se ver e procurar se modificar é bem maior.

Idas e vindas.

 "Da velhice sempre invejei o adormecer no meio da conversa. Esse descer de pálpebra não é nem idade nem cansaço. Fazer da palavra um e...


"E que fique muito bem explicado. Não faço força para ser entendida. Quem faz sentido é soldado..."