Um Pouco de Tudo...

30 janeiro 2015

É difícil fazer alguém feliz, assim como é fácil fazer triste. É difícil dizer eu te amo, assim como é fácil não dizer nada. É difícil valorizar um amor, assim como é fácil perdê-lo para sempre. É difícil agradecer pelo dia de hoje, assim como é fácil viver mais um dia. É difícil enxergar o que a vida traz de bom, assim como é fácil fechar os olhos e atravessar a rua. É difícil se convencer de que se é feliz, assim como é fácil achar que sempre falta algo. É difícil fazer alguém sorrir, assim como é fácil fazer chorar. É difícil colocar-se no lugar de alguém, assim como é fácil olhar para o próprio umbigo. Se você errou, peça desculpas… É difícil pedir perdão? Mas quem disse que é fácil ser perdoado? Se alguém errou com você, perdoa-o… É difícil perdoar? Mas quem disse que é fácil se arrepender? Se você sente algo, diga… É difícil se abrir? Mas quem disse que é fácil encontrar alguém que queira escutar? Se alguém reclama de você, ouça… É difícil ouvir certas coisas? Mas quem disse que é fácil ouvir você? Se alguém te ama, ame-o… É difícil entregar-se? Mas quem disse que é fácil ser feliz? Nem tudo é fácil na vida… Mas, com certeza, nada é impossível. Precisamos acreditar, ter fé e luta para que não apenas sonhemos, mas também tornemos todos esses desejos, realidade.”


Cecília Meireles

29 janeiro 2015


"É impossível agradar a todos. Pior ainda é quem se esforça para desagradar outros como forma de reforçar uma imagem de força. Nenhuma dessas posições é boa. Uma pessoa mentalmente forte se esforça para ser gentil e justa e para agradar aos outros quando necessário, mas não tem medo de dar sua opinião ou apoiar o que acha certo. Elas são capazes de suportar a possibilidade de que alguém vai ficar chateado com elas, e passam por essa situação, sempre que possível, com graça e elegância."

28 janeiro 2015


“Eu não gosto de abandono, por isso acolho.
Por isso recolho e não costuro sorriso porque chorar é preciso.
Porque não importa se o desenho é feio.
Ou se a ferida é doída.
Ou o dedo do meio foi pra mim.
Eu contorno e de um jeito ou de outro,
sempre tenho uma cor pra mudar a história.
E na vida, a gente aprende que quanto mais a nuvem pesa
e se enche de cinza, mais forte vem a chuva.
Ou o choro.
Sorte é ter um coração cheio de pancadas,
metido em tempestades e sujeito a trovoadas.
Esses sim são corações maduros e forte.
Não de vez.
Tenho um coração de todas as cores.
Que amanhece azul e adormece vermelho
ou bege ou rosa ou verde ou roxo ou…qualquer cor serve,
porque quanto mais cor no coração, aprenda:
mais coragem na vida.”

Não morro de amores por pessoas sem mistério... Quando se é muito transparente, muito risonho e educado é raro ser levado a sério... Prefiro os mais silenciosos, os que abrem a boca de menos, os mais serenos e mais perigosos, aqueles que ninguém define e que sempre analisam os fatos por um novo enfoque.  Prefiro os que têm estoque aos que deixam tudo à mostra na vitrine."                                      


 Martha Medeiros




Despedida da inocência



Cadê o menino que estava aqui? Cresceu. Foi para escola. Aprendeu a contar. Aprendeu a ler. Aprendeu a brigar com os amigos. Criou uma turma. Isolou-se no canto.
Cadê a inocência do menino que estava aqui? O menino cresceu. Ficou adolescente. Foi andar de skate. Levou um tombo. Ralou o joelho. Aprendeu a namorar. Terminou o namoro. Descobriu o choro. Tomou um porre. Conheceu a solidão. Foi andar de bicicleta. E cresceu. Foi para a faculdade. Entrou em crise. Criou uma banda. Foi morar sozinho. Inventou uma música. Não fez sucesso. Terminou o curso. Foi procurar emprego. Trabalhou em outro ramo. Conheceu uma garota. Ficou apaixonado. Fez um filho. Casou sem querer. Despediu-se das noitadas. Acordou nas madrugadas e cantou uma música. Comprou telefone, iPhone, tablet. Comprou um carro. Foi jogar bola e se divertiu muito mais.
Chorou de tristeza. Brigou com o amor. Separou-se. Pagou a pensão. Viajou de férias. Perdeu o emprego. Batalhou por outro. Ficou cansado. Ganhou estresse. Visitou a família e sentiu-se estranho. Mudou de religião. Ficou infeliz. Fez terapia. Namorou a psicóloga. Pediram um tempo. Voltaram cada um pra seu canto. Procurou um amor.
Cadê o menino que estava aqui? Despediu a inocência. Deixou a saudade. Largou o amor. Cadê o parquinho, a escola, a casa, a salinha de visita, o quarto, a cama? Foi bagunçada. Ocupada. Ficou vazia. Cadê a música na vitrola? Arranhou-se de tanto tocar para o vazio. Cadê o afeto? Morreu de solidão. Cadê a saudade? Sentiu dor e foi pra casa descansar. Cadê os abraços? Caíram no corpo sem ter ninguém para tocar. Cadê as mãos? Estão procurando uma nova distração por causa da ausência de outras para fazerem par. Cadê a alegria? Deu lugar à lágrima. Cadê o poema? Perdeu o poeta, que foi buscar a inspiração, o livro, a rima, o pincel, a harmonia que ficou sem lugar. Cadê o amor? Esse sentiu saudade de quando era simples, prático e funcional, ficou comovido e muito ressentido e pediu pra avisar que estará presente quando o mundo mudar.


Ita Portugal.



12 janeiro 2015

Despedida da vida que se desenrola no presente ou que insiste em se demorar dentro da gente. Saudade da vida que não se concretizou mas permanece criando raízes em nossa mente. Despedida da infância dos filhos; da saúde dos pais; do cabelo volumoso e colágeno volátil; do frio na barriga, coração acelerado e surpresa de mãos dadas; do namoro que deu certo, da paixão que deu errado. Do amor que pediu casa, do afeto que criou asas. Saudade do que ocorreu, do que deixou de existir, do que a gente quis e o tempo não consentiu. Saudade de perceber que tudo se transforma num piscar de olhos; e por isso querer agarrar os instantes com precisão, desejando que os vapores do tempo não arrastem pra longe aquilo que não nasceu para ser só saudade...

Nem todos os anjos voam por aí, sem saber onde pousar, sem saber onde parar. Às vezes eles estão paradinhos ao nosso lado, ou caminham de mãos dadas com a gente. Nem todos eles tem asas, mas conseguem nos fazer voar muito mais longe, seja em sonho ou na imaginação. Alguns anjos existem apenas para guardar nossos segredos; outros para nos livrar dos nossos medos. Muitos existem para curar as feridas que assolam nosso coração; alguns para ajudar o tempo a cicatrizar as marcas que levamos na alma. Alguns deles existem, inclusive, para tornar as coisas mais leves; para ajudar a gente a carregar o fardo dos dias mais pesados. Uns anjos existem para serem companheiros. Outros para serem nossos melhores amigos. Alguns são colegas de classe. São mães, pais, irmãos, netos... Nem todos os anjos tem asas e saem por aí por um longo tempo, em uma longa viagem, e esquecem da gente. Eles até vão para longe, mas sempre voltam. E sempre trazem consigo um grande presente: um abraço mais forte, um sorriso mais iluminado; a palavra mais sincera ou o conselho mais carinhoso. Nem todos os anjos voam... Muitos deles tem apenas o dom de nos fazer sorrir. Yla Fernandes


Yla Fernandes
São de graça os sorrisos que compartilhamos - esses são cheios de graça mesmo. São de graça nossos sonhos - e todos os passos que seguimos em busca deles. São de graça os amigos que fazemos ao longo dos nossos dias - e o que eles trazem de presente para a nossa vida. Dificilmente nos apegamos ao que é simples, espontâneo e tímido; e tantas vezes desperdiçamos boas oportunidades de descobrir mundos encantadores que se escondem por trás da pequinês das coisas mais simples... O encanto da vida está em reencontrar essas oportunidades de fazer nossos dias mais sorridentes, gratos e satisfeitos pela Vida que tomamos para nós. Nosso encanto está em descobrir as riquezas de toda uma vida.


Ainda podemos ir mais longe e descobrir novas fronteiras. Podemos escrever novos inícios, enfeitar os meios e deixar os finais para depois, para mais tarde. Ainda podemos começar uma nova história, ou reviver aquelas que foram mais emocionantes. Podemos, ainda, sonhar, sem medo, sem dar limites. Dá tempo de abrir nossas asas, alçar novos voos e viajar para longe quando o pensamento pedir. Ainda podemos confortar corações, e esperar que o nosso também encontre conforto e a calma que a gente tanto tem pedido. Ainda podemos esperar que o nosso caos encontre um porto seguro para descansar. Podemos guardar nossos mistérios longe de qualquer olhar, guiar nossos segredos para as páginas de um diário só nosso e revelar nossas verdades nos momentos que precisarmos sorrir mais. Não é tarde demais para se deixar levar pelo acaso Para se largar no tempo e deixar que ele corra sem rédeas e sem controle. Ainda podemos deixar que a Vida se complete e nos faça sentir todas as emoções que ainda podem vir...


Viver é como a passagem de uma manhã, uma tarde... Um dia que vem trazendo inúmeras possibilidades, várias chances de fazer todas as coisas acontecerem como queremos, várias histórias das quais seremos os personagens principais, e outras tantas das quais somos meros coadjuvantes. E numa dessas, no vem e vai e na correria que passamos todos os dias, ficam guardados pequenos pedaços de memórias boas, lembranças marcantes, cenas inesquecíveis. Vem os amigos, os parentes e os colegas encenar novas tramas ao nosso lado, viver novas fantasias... Compartilhar novas histórias com a gente. Vem gente que chega para transformar o dia em algo mais colorido. Gente que com um sorriso apenas consegue transformar toda dor, todo desespero, toda angústia, na calma que a gente tanto precisa. Vem gente que chega e faz silêncio. Gente que simplesmente vem e não se deixa conquistar, não se envolve na história que criamos juntos... Gente que simplesmente vai e se perde nos nossos contos, nos nossos cantos. Se pudéssemos escolher, viveríamos por aqueles que vem e que ficam, que marcam... Que fazem o diferente ser mais que estranho; que fazem o diferente ser importante.

Idas e vindas.

 "Da velhice sempre invejei o adormecer no meio da conversa. Esse descer de pálpebra não é nem idade nem cansaço. Fazer da palavra um e...


"E que fique muito bem explicado. Não faço força para ser entendida. Quem faz sentido é soldado..."