Um Pouco de Tudo...

27 agosto 2012

 
 
Qualquer ensinamento que não se enquadre nas Escrituras deve ser rejeitado,mesmo que faça chover milagres todos os dias.
Martinho Lutero.

26 agosto 2012



”A confiança é fruto de um relacionamento em que você sabe que é amado. Como não sabe que eu o amo, não pode confiar em mim. As mentiras são uma pequena fortaleza onde você pode se sentir seguro e poderoso. Dentro de sua pequena fortaleza de mentiras você tenta governar sua vida e manipular os outros. Mas a fortaleza precisa de muros, por isso você constrói alguns. Os muros são as justificativas para suas mentiras. Você sabe, como se estivesse fazendo isso para proteger alguém que você ama ou para impedir que essa pessoa sinta dor”…

                  [ A Cabana - Willian P. Young ]

24 agosto 2012


“Milho de pipoca que não passa pelo fogo continua a ser milho de pipoca,
para sempre. Assim acontece com a gente. As grandes transformações
acontecem quando passamos pelo fogo. Quem não passa pelo fogo fica do mesmo
jeito, a vida inteira.”

Rubem Alves

21 agosto 2012

O Exemplo das Rosas



Uma mulher queixava-se do silêncio do amante:
- Já não gostas de mim, pois não encontras palavras para me louvar!
Então ele, apontando-lhe a rosa que lhe morria no seio:
- Não será insensato pedir a esta rosa que fale?
Não vês que ela se dá toda no seu perfume?

O Anel de Vidro



Aquele pequenino anel que tu me deste,
- Ai de mim - era vidro e logo se quebrou...
Assim também o eterno amor que prometeste,
- Eterno! era bem pouco e cedo se acabou.
Frágil penhor que foi do amor que me tiveste,
Símbolo da afeição que o tempo aniquilou, -
Aquele pequenino anel que tu me deste,
- Ai de mim - era vidro e logo se quebrou...
Não me turbou, porém, o despeito que investe
Gritando maldições contra aquilo que amou.
De ti conservo na alma a saudade celeste...
Como também guardei o pó que me ficou
Daquele pequenino anel que tu me deste...
Manoel Bandeira

Acorda, bela adormecida! Já está atrasada.

O meu amor…














“O meu amor não tem
importância nenhuma.
Não tem o peso nem
de uma rosa de espuma!
Desfolha-se por quem?
Para quem se perfuma?
O meu amor não tem
importância nenhuma.”


Cecília Meireles

MEDO


Por medo de perder,
deixamos de competir.
Por medo de seguir em frente
estacionamos no meio do caminho.
Por medo de sofrer,
deixamos a felicidade sair pela porta da frente.
Por medo de errar, perdemos a chance de acertar.
De onde vem tanto medo,
tanta desconfiança, tanto vacilo?
Por medo da morte,
estamos deixando de viver...
Tem lógica?
Acho que devemos raciocinar mais,
para aprender a enfrentar o perigo,
que é a maior causa do medo.
Silvia Giovatto

19 agosto 2012


E Então Que Quereis?...
Fiz ranger as folhas de jornal
abrindo-lhes as pálpebras piscantes.
E logo
de cada fronteira distante
subiu um cheiro de pólvora
perseguindo-me até em casa.
Nestes últimos vinte anos
nada de novo há
no rugir das tempestades.
Não estamos alegres,
é certo,
mas também por que razão
haveríamos de ficar tristes?
O mar da história
é agitado.
As ameaças
e as guerras
havemos de atravessá-las,
rompê-las ao meio,
cortando-as
como uma quilha corta
as ondas.

MAIAKOVSKI

TRISTEZAS DA LUA


Divaga em meio à noite a lua preguiçosa;
Como uma bela, entre coxins e devaneios,
Que afaga com a mão discreta e vaporosa,
Antes de adormecer, o contorno dos seios.
No dorso de cetim das tenras avalanchas,
Morrendo, ela se entrega a longos estertores,
E os olhos vai pousando sobre as níveas manchas
Que no azul desabrocham como estranhas flores.
Se às vezes neste globo, ébria de ócio e prazer,
Deixa ela uma furtiva lágrima escorrer,
Um poeta caridoso, ao sono pouco afeito,
No côncavo das mãos toma essa gota rala,
De irisados reflexos como um grão de opala,
E bem longe do sol a acolhe no seu peito.

Baudelaire




Olho para trás a fim de contemplar toda construção erguida com cada pedra lançada. Serena constato que permaneci de pé.


Sou uma mulher madura que às vezes anda de balanço, uma criança insegura que às vezes usa salto alto. sou um mulher que balança, uma criança que atura.

Martha Medeiros



Aquilo que um homem diz, promete e decide na paixão deve depois sustentar na frieza e na sobriedade – tal exigência é um dos fardos que mais pesam sobre a humanidade.

Nietzsche

Hoje, não.



Depois de amanhã, sim, só depois de amanhã...
Levarei amanhã a pensar em depois de amanhã,
E assim será possível; mas hoje não...
Não, hoje nada; hoje não posso.
A persistência confusa da minha subjetividade objetiva,
O sono da minha vida real, intercalado,
O cansaço antecipado e infinito,
Um cansaço de mundos para apanhar um elétrico...
Esta espécie de alma...
Só depois de amanhã...
Hoje quero preparar-me,
Quero preparar-rne para pensar amanhã no dia seguinte...
Ele é que é decisivo.
Tenho já o plano traçado; mas não, hoje não traço planos...
Amanhã é o dia dos planos.
Amanhã sentar-me-ei à secretária para conquistar o mundo;
Mas só conquistarei o mundo depois de amanhã...
Tenho vontade de chorar,
Tenho vontade de chorar muito de repente, de dentro...
Não, não queiram saber mais nada, é segredo, não digo.
Só depois de amanhã...
Quando era criança o circo de domingo divertia-rne toda a semana.
Hoje só me diverte o circo de domingo de toda a semana da minha infância...
Depois de amanhã serei outro,
A minha vida triunfar-se-á,
Todas as minhas qualidades reais de inteligente, lido e prático
Serão convocadas por um edital...
Mas por um edital de amanhã...
Hoje quero dormir, redigirei amanhã...
Por hoje, qual é o espetáculo que me repetiria a infância?
Mesmo para eu comprar os bilhetes amanhã,
Que depois de amanhã é que está bem o espetáculo...
Antes, não...
Depois de amanhã terei a pose pública que amanhã estudarei. Depois de amanhã serei finalmente o que hoje não posso nunca ser.
Só depois de amanhã...
Tenho sono como o frio de um cão vadio.
Tenho muito sono.
Amanhã te direi as palavras, ou depois de amanhã...
Sim, talvez só depois de amanhã...
O porvir...
Sim, o porvir...

                                                                        Fernando Pessoa

Hábitos e Costumes.



O meu olhar é nítido como um girassol
O meu olhar é nítido como um girassol.
Tenho o costume de andar pelas estradas
Olhando para a direita e para a esquerda,
E de vez em quando olhando para trás...
E o que vejo a cada momento
É aquilo que nunca antes eu tinha visto,
E eu sei dar por isso muito bem...
Sei ter o pasmo essencial
Que tem uma criança se, ao nascer,
Reparasse que nascera deveras...
Sinto-me nascido a cada momento
Para a eterna novidade do Mundo...
Creio no Mundo como num malmequer,
Porque o vejo. Mas não penso nele
Porque pensar é não compreender...
O Mundo não se fez para pensarmos nele
(Pensar é estar doente dos olhos)
Mas para olharmos para ele e estarmos de acordo...
Eu não tenho filosofia: tenho sentidos...
Se falo na Natureza não é porque saiba o que ela é,
Mas porque a amo, e amo-a por isso,
Porque quem ama nunca sabe o que ama
Nem sabe porque ama, nem o que é amar...
Amar é a eterna inocência,
E a única inocência é não pensar...

Alberto Caeiro

09 agosto 2012

Triste triste vida!!!


Oh! por causa de alguém, sem calma,
triste, triste estava minh'alma!
Jamais, jamais, me consolei,
mesmo depois que a abandonei!
E mesmo depois de a minh'alma
procurar longe dela a calma,
jamais, jamais, me consolei,
mesmo depois que a abandonei!
E meu coração, tão sensível,
diz à minh'alma: - É, pois, possível,
será possível, ele insiste
este exílio cruel e triste?
E a alma responde ao coração:
Sei lá porque esta ilusão
de estarmos perto, ainda que ausentes,
e, ainda que longe, tão presentes?

Paul Verlaine

08 agosto 2012


"Sou um pássaro, me trancam na gaiola.
e ainda esperam que eu cante como antes."

O retrato fiel


Não creias nos meus retratos,
nenhum deles me revela,
ai, não me julgues assim!
Minha cara verdadeira
fugiu às penas do corpo,
ficou isenta da vida.
Toda minha faceirice
e minha vaidade toda
estão na sonora face;
naquela que não foi vista
e que paira, levitando,
em meio a um mundo de cegos.
Os meus retratos são vários
e neles não terás nunca
o meu rosto de poesia.
Não olhes os meus retratos,
nem me suponhas em mim.

Gilka Machado


"Aflição de ser eu e não ser outra.
Aflição de não ser, amor, aquela
Que muitas filhas te deu, casou donzela
E à noite se prepara e se adivinha
Objeto de amor, atenta e bela.
Aflição de não ser a grande ilha
Que te retém e não te desespera.
(A noite como fera se avizinha)
Aflição de ser água em meio à terra
E ter a face conturbada e móvel.
E a um só tempo múltipla e imóvel
Não saber se se ausenta ou se te espera.
Aflição de te amar, se te comove.
E sendo água, amor, querer ser terra."

Hilda Hilst


"A gente sempre procura um amor que dure o mais possível. Procura, procura, talvez tu aches. Pra mim é horrível eu aceitar o fato de que eu tô em disponibilidade afetiva. Esse espaço branco entre dois encontros pode esmagar completamente uma pessoa. Por isso eu acho que a gente se engana, às vezes. Aparece uma pessoa qualquer e então tu vai e inventa uma coisa que na realidade não é. E tu vai vivendo aquilo, porque não agüenta o fato de estar sozinho. Eu me sinto superfeliz quando encontro uma pessoa tão confusa quanto eu."


(Caio Fernando Abreu)

Amar é sentir aquele friozinho na barriga toda vez que está junto.






É quando eu caio
Que aproveito
Para catar no chão
Os pedaços de mim
E só então levantar
Mais inteira que antes!

Nada me impedirá de sorrir.



“Nem a tristeza, nem a desilusão,
Nem a incerteza, nem a solidão...
... Nada me impedirá de sorrir...
Nem o medo, nem a depressão,
Por mais que sofra meu coração...
...Nada me impedirá de sonhar...
Nem o desespero nem a descrença,
Muito menos o ódio ou alguma ofensa...
Nada me impedirá de viver...
Mesmo errando e aprendendo,
Tudo me será favorável...
Para que eu possa sempre evoluir,
Preservar, servir, cantar, agradecer,
Perdoar, recomeçar...
Quero viver o dia de hoje,
Como se fosse o primeiro...
Como se fosse o último,
Como se fosse o único...
Quero viver o momento de agora,
Como se ainda fosse cedo,
Como se nunca fosse tarde...
Quero manter o otimismo,
Conservar o equilíbrio e fortalecer
A minha esperança...
Quero recompor minhas energias
Para prosperar na minha missão e viver alegremente todos os dias...
Quero caminhar na certeza de chegar...
Quero lutar na certeza de vencer...
Quero buscar na certeza de alcançar,
Quero saber esperar para poder realizar
Os ideais do meu ser...
ENFIM,
Quero dar o máximo de mim,
Para viver intensamente e maravilhosamente TODOS OS DIAS DA MINHA VIDA!!


                     Autor Desconhecido

GRITOS E SUSSURROS


Quando duas pessoas estão afastadas, seus corações também o estão. Para cobrir esta distância precisam gritar-se para poderem se escutar mutuamente. Por outro lado, o que sucede quando duas pessoas estão enamoradas? Elas falam suavemente. E por quê? Porque seus corações estão muito perto. Às vezes, estão tão próximos que nem se falam, apenas sussurram. seus corações se entendem. Quando alguém discutir com outro( ou outra), não deixe que os seus corações se afastem, nem diga palavra que os distancie mais, pois chegará um dia em que a distãncia será tão grande que não encontrará mais o caminho de volta.


( Mahatma Gandhi)

01 agosto 2012




"Não consigo prender ninguém no meu abraço. Há quem salte. Há quem voe. Eu acho tão bom. Sinal de que meu abraço é tudo, menos prisão."

Eu Quero Amar



Eu quero amar, amar perdidamente!
Amar só por amar: Aqui... além...
Mais Este e Aquele, o Outro e toda a gente...
Amar! Amar! E não amar ninguém!
Recordar? Esquecer? Indiferente!
Prender ou desprender? É mal? É bem?
Quem disser que se pode amar alguém
Durante a vida inteira é porque mente!
Há uma primavera em cada vida:
É preciso cantá-la assim florida,
Pois se Deus nos deu voz, foi pra cantar!
E se um dia hei-de ser pó, cinza e nada
Que seja a minha noite uma alvorada,
Que me saiba perder ... pra me encontrar...

Florbela Espanca



"Já tive torres internas que foram ao chão.Torres altas demais paramim, torres que nem chegaram a ficar concluídas(as de dentro nunca se concluem),torres que me exigiram esforço e que me deram prazer,até que alguém, com uma frase,ou com um gesto, as fez virem abaixo.Tinha gente dentro, tinha eu."

Martha Medeiros

VINGANÇA


A maior vingança contra um inimigo é perdoá-lo.
Mate-o dentro de si.
Os fracos matam o corpo dos seus inimigos,
os fortes matam o significado deles dentro de si.
Os que matam o corpo são assassinos,
os que matam o que eles representam são sábios.

Augusto Cury

O AMANHECER


O amanhecer é sempre uma surpresa de um dia que acordamos mais uma vez para fazer escolhas. Crescer é sempre muito difícil, perde-se e se ganha algo. Existe um baú interno dentro de cada um, é para lá que eu mando tudo que não quero mais. Jogo fora o que não faz parte do meu crescimento interior, nunca presta insistir no que não acrescenta mais. A magia está em tudo que nos faz evoluir.

Denise Portes

ESPELHO


Sou prata e exato. Eu não prejulgo.
O que vejo engulo de imediato
Tal qual é, sem me embaçar de amor ou desgosto.
Não sou cruel, tão somente veraz —
O olho de um deusinho, de quatro cantos.
O tempo todo reflito sobre a parede em frente.
É rosa, com manchas. Fitei-a tanto
Que a sinto parte de meu coração. Mas vacila.
Faces e escuridão insistem em nos separar.
Agora sou um lago. Uma mulher se inclina para mim,
Buscando em domínios meus o que realmente é.
Mas logo se volta para aqueles farsantes, o lustre e a lua.
Vejo suas costas e as reflito fielmente.
Ela me paga em choro e agitação de mãos.
Sou importante para ela. Ela vai e vem.
A cada manhã sua face reveza com a escuridão.
Em mim afogou uma menina, e em mim uma velha
Salta sobre ela dia após dia como um peixe horrendo.

(tradução de Vinicius Dantas)

ACHAVA QUE NÃO PODIA SER MAGOADA


Achava que não podia ser magoada;
achava que com certeza era imune ao sofrimento
 imune às dores do espírito ou à agonia.
Meu mundo tinha o calor do sol de abril
Meus pensamentos, salpicados de verde e ouro.
Minha alma em êxtase, ainda assim
conheceu a dor suave e aguda que só o prazer pode conter.
Minha alma planava sobre as gaivotas
que, ofegantes, tão alto se lançando,
lá no topo pareciam roçar suas asas
farfalhantes no teto azul do céu.
Como é frágil o coração humano
um latejar, um frêmito
um frágil, luzente instrumento
de cristal que chora ou canta.
Então de súbito meu mundo escureceu
E as trevas encobriram minha alegria.
Restou uma ausência triste e doída
Onde mãos sem cuidado tocaram e destruíram
minha teia prateada de felicidade.
As mãos estacaram, atônitas.
Mãos que me amavam, choraram ao ver
os destroços do meu firmamento.
(Como é frágil o coração humano
espelhado poço de pensamentos.
Tão profundo e trêmulo instrumento
de vidro, que canta ou chora.)

Sylvia Plath

Idas e vindas.

 "Da velhice sempre invejei o adormecer no meio da conversa. Esse descer de pálpebra não é nem idade nem cansaço. Fazer da palavra um e...


"E que fique muito bem explicado. Não faço força para ser entendida. Quem faz sentido é soldado..."