"Trago no olhar visões extraordinárias, de coisas que abracei de olhos fechados..."

Florbela Espanca

"A alma é uma borboleta... Há um instante em que uma Voz nos diz que chegou o momento de uma grande metamorfose..."

Quando …

…se esvaziam as prateleiras, os armários, as gavetas;

Quando se esvaziam todos os locais que tínhamos como sagrados mas que já não sendo nossos não são mais do que realidades que já não nos pertencem..

Quando há que escolher apenas o que é realmente essencial…

Quando para (pre)encher temos primeiro que esvaziar..


Quando isto acontece.. há mudanças também cá dentro.

Quando sua vida começa

Quando sua vida começa, você tem apenas uma mala pequenina de mão. À medida que os anos vão passando, a bagagem vai aumentando, porque existem muitas coisas que você recolhe pelo caminho, por pensar que são importantes.
A um determinado ponto do caminho, começa a ficar insuportável carregar tantas coisas, pesa demais, então você pode escolher.
Se escolher ficar sentado à beira do caminho, esperando que alguém ajude, dificilmente conseguirá auxílio, pois todos que passarem por ali já terão sua própria bagagem. Você pode ficar a vida inteira esperando, até que seus dias acabem.
Mas você também pode aliviar o peso, esvaziando a mala. Mas o que tirar? Você começa tirando tudo. Veja o que tem dentro: Amor, Amizade... Nossa! Tem bastante e, curioso, não pesa nada... De repente, encontra algo pesado. Você faz força para tirar. É a Raiva, e como ela pesa!
Aí, você começa a tirar, tirar, e aparecem outros: Incompreensão, Medo, Pessimismo... Nesse momento, o Desânimo quase te puxa pra dentro da mala. Mas você puxa-o para fora com toda a força. No fundo da mala, aparece um sorriso, que estava sufocado no fundo da sua bagagem. Pula para fora outro sorriso, e mais outro, e aí sai a Felicidade.
Aí você coloca as mãos dentro da mala de novo e tira um monte de Tristeza. Agora, você vai ter que procurar a Paciência dentro da mala, pois vai precisar bastante.
Procure então o resto: Força, Esperança, Coragem, Entusiasmo, Equilíbrio, Responsabilidade, Tolerância e o bom e velho Humor.
Tire a Preocupação também. Deixe de lado: depois você pensa o que fazer com ela. Bem, sua bagagem está pronta para ser arrumada de novo. Mas, desta vez, pense bem o que vai colocar dentro da mala. Agora é com você.
E não se esqueça de fazer essa arrumação mais vezes, pois o caminho é muito, muito longo, e sua bagagem poderá pesar novamente.

Nunca soube lidar com sentimentos, muitas vezes ao gostar demais, demonstro apenas um desinteresse educado, algum tipo de sentimento inocente e simples, no qual eu pareço ser apenas o cara que dará o bom dia acompanhado de um singelo sorriso, nada mais. Talvez por medo de demonstrar a euforia que quer explodir aqui dentro do peito. Em outros casos, ao não gostar, pareço ser legal, simpático, o que não difere muito do outro sentimento inocente e simples, confundindo não só a mim. Em nenhuma destas situações sou falso, apenas complexo, confuso, mas também não é muito difícil de entender o que quero, sou por muitas vezes enrolado nas palavras, mas as atitudes não negam se analisar com um olhar mais cauteloso. Não sou santo nem puro, talvez, um pouco ingênuo, ingenuidade essa que acho saudável, ingenuidade que me faz enxergar o bem, sempre o lado bom. Sou sim, otimista, até quando não se deve ser, muitas vezes torno-me indiferente em situações que sei que não terão muito seguimento, não me estresso tão fácil, acabo banalizando as situações rotineiras desagradáveis, não me importo tanto quando sei que não mudará. Não porque eu não queira, mas porque as pessoas estão sempre sofrendo pelos mesmos motivos e não fazem praticamente nada pra mudar isso. Então eu me canso, apesar de ser brasileiro. Enfim, sou meio desligado, mas estou sempre com "as anteninhas de pé", apenas ajo quando convém, quando acho necessário intervir.
Autor desconhecido.

Logo eu que fujo de pessoas efusivas, depressivas, dramáticas e pessimistas. Logo eu que me fascino com a alegria, com o bom humor, com a cara-de-pau, com a sabedoria, com os olhos que sabem enxergar a beleza crua, com aquele sorriso que sabe dizer coisas lindas. Logo eu que sempre fui tão centrado e auspicioso... Me vejo assim, desconsertado e desfocado.  Sinto a decepção em mim mesmo, nas minhas atitudes tão dissimuladas e incoerentes aos meus pensamentos e crenças. Logo eu que sempre adorei transmitir a felicidade mesmo ela não estando presente... Estou aqui, perdido e menosprezadamente criticando o que mais me repugna nas pessoas e agora esta em mim. Tornei-me aquilo que sempre detestei; Alguém pessimista e descrente. Logo eu que sempre me vi numa comédia romântica, me vejo agora nesse drama sem fim. Esta deve ser a critica se vingando de mim.

Felipe Augusto