Um Pouco de Tudo...

19 agosto 2011

A Inveja.


A tragédia da inveja é tornar a vingança impossível porque quem inveja é algoz de si mesmo. Energia que não se volatiliza. Fica ali, como uma aura negra sobre a cabeça. Os invejosos são ratos raivosos roendo as próprias unhas, morcegos viciados na bile negra da morbidez. O invejoso tem dependência química da inveja, por isso a maldição de invejar não passa nunca. Mesmo quando realizam seus grandes sonhos, ainda assim invejam os pequenos sonhos dos outros.
Não há vida mais terrível que a dos invejosos. São atormentados não pelo que desejam ser e não conseguem, mas pelo que os outros são ou não são. Deu pra entender? E não vivem de bem com a vida com o fel no lugar da adrenalina. São ciumentos de amizades e cobradores de afeições. Há em suas almas uma necessidade neurótica de ser contra. Sempre. Num desespero sem sossego. Porque tudo nos outros incomoda. Tudo, tudo. A glória de ser ou a miséria de não ser. Tanto faz.
A maldição da inveja é sua capacidade de dominar pela semelhança e, sobretudo, de não se deixar notar. Só pelos outros. Aqueles, os invejados. E é estranha porque é uma forma pervertida de admirar. Não há nada capaz de fazer um invejoso feliz. Nada. Mas ele sabe que a inveja sempre escapa. Do silêncio dos olhos; do riso falso; dos gestos e das palavras. Mas, é bom ter cuidado com os invejosos. São bichos de hábitos noturnos porque a inveja é como a noite: não tem quem pegue.


Idas e vindas.

 "Da velhice sempre invejei o adormecer no meio da conversa. Esse descer de pálpebra não é nem idade nem cansaço. Fazer da palavra um e...


"E que fique muito bem explicado. Não faço força para ser entendida. Quem faz sentido é soldado..."