Um Pouco de Tudo...

07 maio 2012

FERIDA EXPOSTA AO VENTO



É forçoso dizer que me faz falta
o poema que existe e nunca li,
como se alhures
brotassem coisas que não vi
e que distantes,carentes,
dependessem de mim.
Algo como se o intocado fosse a sinfonia
inacabada, mais: rasgada
como o quadro nunca esboçado, perdido
na abatida mão do artista.
O ausente é uma planta
 que na distância se arvora
e é tão presente
quando o passado que aflora.
E a literatura, mais que avenida ou praça
por onde cavalga a glória, é um monumento,
sim, de dúbia estória: granito e rima,
alegoria ao vento, lugar onde carentes
e arrogantes  cravamos nosso nome de turista:
 -estive aqui, desamado,
 riscando a pedra e o tempo  
expondo meu sangue e nome
com o coração trespassado.

(Affonso Romano de Sant´Anna)

Idas e vindas.

 "Da velhice sempre invejei o adormecer no meio da conversa. Esse descer de pálpebra não é nem idade nem cansaço. Fazer da palavra um e...


"E que fique muito bem explicado. Não faço força para ser entendida. Quem faz sentido é soldado..."